terça-feira, 1 de julho de 2008

1980s

A década de 80, sobretudo em seu final, testemunhou uma grande ruptura na ordem mundial. A queda do muro de Berlim, a vitória da política liberalista de Reagan e Thatcher e o prenúncio do iminente fim da ex-União Soviética marcaram definitivamente a sociedade atual.
Não houve uma estética predominante nos anos 80, mas diversos tipos de mobiliário.

Por influência do movimento punk, no final dos anos 90, o designer
Ron Arad projetou um mobiliário ousado e forte. Para tanto, utilizou metais, para reforçar esse conceito.
A cadeira à esquerda, por exemplo, apesar da leveza da forma proporcionada pelas finas chapas de aço, tem um caráter de austeridade, provocado pelo material. As cadeiras têm uma função estética predominante, apesar de algumas da série serem funcionais.

A Cadeira do Pensador, do designer Jasper Morrison, é feita com curvas bastante orgãnicas. A cadeira, além de ser elegante, é confortável e tem um design inovador nos braços.
Morrison diz que não só a aparência é importante no design, mas também o processo de fabricação e seus custos.





Shiro Kuramata é um dos mais importantes designers japoneses na área do mobiliário do século XX. Ele é conhecido pela leveza e graciosidade de seus móveis, características obtidas por causa dos materiais utilizados, que, por si só, já transmitem a idéia de um design mais clean.











A cadeira Miss Blanche é feita de acrílico com flores de papel. Essas flores nos remete à cultura oriental japonesa, onde era usual a representação de flores típicas nas obras de arte.
O material proporciona diversos efeitos, ao ser submetido à luz.
Tudo isso somado à geometria da cadeira faz ela ter um conceito bastante delicado e feminino.















Bibliografia específica
http://en.wikipedia.org/wiki/Jasper_Morrison
http://www.designboom.com/portrait/kuramata.html

1970s

Kitsch!
Os anos 70 foram, definitivamente, marcados pelo Kitsch, termo alemão usado para designar objetos que tentam se parecer com alguma outra coisa. Entretanto, isso foi feito consciente e intencionalmente, com um sentido irônico e sarcástico.

O sofá Bocca, projetado pelo grupo italiano de antidesign Studio65. Foi inspirado em um sofá feito pelo pintor surrealista Salvador Dalí. O encosto e o assento do sofá formam uma boca.





A Poltrona Proust foi projetada por um dos principais membros do grupo Alchimia, Alessando Mendini. Esse grupo rejeitava o modernismo, valorizando o artesanato, assim como no movimento do Arts and Crafts e o ornamento. A poltrona no estilo Luís XV foi pintada de verdade no estilo impressionista.

Os móveis abaixo também são do Studio Alchimia. O sofá sugere movimento e desordem (característica enfatizada pela assimetria, que era comum no studio) e, com o excesso de cores, chega incomodar, por ser muito carregado. Já a cadeira passa tranquilidade, proporcionada pelos tons pastéis e pela geometrização. Contudo, os pés em formatos piramidais, dão o toque de design radical próprio do Alchimia.







Visite!
http://www.manifestoantidesign.com/

Bibliografia específica
http://www.answers.com/topic/anti-design?cat=entertainment

1960's

A década de 60 foi irreverente em todos os aspectos. No design, o psicodelismo, o conceito descartável, a era espacial, o movimento hippie e o cinema foram grandes influenciadores que determinaram as características estéticas do mobiliário.

A figura ao lado é uma proposta de ambiente desenvolvida por Verner Panton a partir dos conceitos psicodélicos e da espaciais. Inova com assentos em formas orgânicas. Ao sentar-se, para que fique confortável, a pessoa deverá olhar pra cima. Isso foi muito recorrente nos anos 60: projetar cadeiras e poltronas que a pessoa fique olhando pra cima.
Outro projeto de Panton foram as cadeiras de plástico empilháveis Panton . Com um design jovial, elas fizeram muito sucesso por poderem ser compactadas, pelas cores e pelo formato em si.



O homem chegou à Lua na década de 60, dando início à corrida espacial. A Ball Chair (à direita) do designer Eero Aarnio mostra essa influência no design de produto. Ela é esférica, parecendo-se com uma cápsula. Remete-nos ao espaço por sua forma, cor e material.







Outras cadeiras, como a de Peter Ghyczy (à esquerda) foram desenvolvidas a partir desse conceito espacial. A cadeira à esquerda tem um formato que lembra uma nave. Ela pode ser fechada, ficando com uma forma oval.

As cadeiras Tube Chair of Nesting and Combinable Elements de Joe Colombo também foram um sucesso devido a sua versatilidade. Ela é formada por cilindros de diferentes raios que, ao serem agrupados, formam uma cadeira. Pode-se variar as combinações dos cilindros, possibilitando que uma mesma peça origine cadeiras distintas.
A Spotty Chair de Peter Murdoch teve seu lugar ao sol nos anos 60 por ser barata, pelo material descartável que era feita (papel) e pelo design típico da época com as suas bolinhas. A cadeira durava de 3 a 6 meses, mas, pelo seu preço, era comprada novamente. A estampa evidencia um dos principais movimentos da época, a op art.




Os puffes, assentos sem forma fixa, foram muito utilizados na época por ter o conceito jovem da época "se joga!". Eram de diversos formatos e cores. O usuário poderia moldar o puffe de acordo com o seu corpo. O primeiro deles que obteve sucesso foi o Sacco (à esquerda) dos designers Piero Gatti, Cesare Paolini e Franco Teodoro.









Bibliografia específica
http://almanaque.folha.uol.com.br/anos60.htm
http://www.eero-aarnio.com/3/Objects.htm

1950s

Os relativamente conservadores anos 50 não apresentaram grandes rupturas como a sangrenta década de 40 nem a revolucionária década de 60. A recuperação econômica e moral da devastada Europa trouxe novas demandas, ligadas principalmente ao consumo cada vez maior de bens, o que foi prontamente atendido pelo criativo e renovado mercado.
Antes da Segunda Guerra, as casas eram maiores. No pós-guerra, os designers de produto começaram a projetar cadeiras mais compactas, algumas delas empilháveis e, nesse contexto, surgiu aí o sofá-cama.
Esse sofá (à esquerda) da empresa de mobiliários sofisticados Tecno SpA, do designer Osvaldo Borsani, possui um mecanismo que proporciona muita versatilidade. Em cada lateral, há uma placa com 18 furos, que permitem ajustar o ângulo do encosto, podendo este ser de 0°. Dessa maneira, pode ser usado como uma cama.
A cadeira Formiga (à direita) de Arne Jacobsen traz uma tendência da década de 50: as pernas finas de aço.
Pode-se observar o mesmo na cadeira Antílope (à esquerda), do designer inglês Ernest Race. Toda a estrutura da cadeira de Race é feita de astes metálicas e esmaltadas, característica dos mobiliários dele.
A cadeira Antílope reflete o interesse da época pela ciência e pela era atômica pelo seu formato biomórfico e, na terminação dos pés, há pequenas esferas , que lembra as teorias atômicas que eram desenvolvidas na época.








The egg chair , Arne Jacobsen

Cadeiras empilháveis Robin Day


Bibliografia específica

1940s

Os anos 40 foram os mais violentos de toda a história. Com um saldo de cerca de 55 milhões de mortos, a Segunda Guerra trouxe uma mudança de paradigma que refletiu um retorno a valores opostos àqueles da primeira metade da década, como democracia e direitos humanos.
Como conseqüência da Guerra, os países envolvidos tiveram de passar por um racionamento de materiais. Isso proporcionou o maior uso do plástico na época.
O mobiliário teve uma aparência mais descontraída, sem grandes luxos, por causa do material e pelo contexto social da época.
A cadeira Berço do arquiteto Eero Saarinen foi a primeira em fibra de plástico a ser produzida em massa. Com o abalo psicológico de todos na década de 40, Saarinen tinha como intenção projetar a cadeira para que fosse demais despojada e que transmitisse segurança.
Os pioneiros no uso do plástico nos mobiliários foram Ray e Charles Eames. Criaram uma cadeira com assento inteiriço de plástico, como se fosse uma concha.